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18/08/2023 Notícia

Quais fatores considerar ao escolher a graxa ideal para o seu processo?

Quais fatores considerar ao escolher a graxa ideal para o seu processo - TotalEnergies

Descubra quais fatores considerar ao escolher a graxa ideal para o seu processo

Sabemos que graxas são aplicadas em operações onde os óleos lubrificantes convencionais não são suficientes. Elas não escorrem facilmente e formam um selo de proteção, evitando o ingresso de impurezas ou líquidos.

Além disso, também possuem propriedades que previnem o desgaste das peças devido a fatores inerentes ao processo.

Então, quais fatores você deve considerar ao escolher a graxa ideal?

1. Seleção da viscosidade do óleo básico

A viscosidade do óleo básico é crucial na seleção da graxa ideal, especialmente porque são frequentemente utilizadas na lubrificação de mancais.

Ao definir a viscosidade para mancais de elementos rolantes, é importante correlacionar a carga e a velocidade de aplicação da graxa, além do grau de consistência.

Em condições de baixa carga e alta velocidade, recomenda-se graxa de alta consistência e viscosidade ISO VG baixa; ao contrário, para altas cargas e baixas velocidades, sugere-se graxa de baixa consistência e viscosidade ISO VG alta. 

Existem várias ferramentas para determinar a faixa de viscosidade, como o método EHL (EHD), Kapa*(SKF) e o fator de velocidade do rolamento, que pode ser determinado pelo fator DN. Siga as recomendações dos fabricantes dos equipamentos e, claro, estamos aqui para ajudar.

2. Seleção do grau de consistência

O grau de consistência de uma graxa é definido pelo National Lubricating Grease Institute (NLGI) através do ensaio ASTM D-217. Esta consistência indica como a graxa resiste a deformações quando submetida a forças mecânicas.

A classificação das graxas, de acordo com sua dureza, é apresentada em graus NLGI, onde "000" é extremamente fluida e "6" é extremamente dura. Confira na tabela abaixo. 

 

Grau NLGI

Penetração trabalhada a 25°C, mm – ASTM D-217

Estrutura

Aplicação Geral

000

445 – 475

Extremamente fluida

Principalmente para engrenagens

00

400 – 430

Fluida

0

355 – 385

Quase fluida

1

310 – 340

 

Muito macia

Lubrificação de mancais de rolamento e de deslizamento

2

265 – 295

Macia

3

220 – 250

Média

4

175 – 205

Dura

Vedação em labirinto

5

130 – 160

Muito dura

6

85 - 115

Extremamente dura

 

O grau NLGI 2 é o mais comum e adequado para a maioria das aplicações.

Para rolamentos, além do grau de consistência NLGI 2, também são recomendados o Grau NLGI 1 para rolamentos expostos, preferencialmente a baixas temperaturas e aplicações oscilantes, e Grau NLGI 3 para rolamentos grandes, arranjos de eixo vertical, altas temperaturas ou presença de vibração.

3. Definir o tipo de óleo básico e espessante

As graxas podem ser formuladas com óleos de base mineral ou sintética. Para aplicações expostas a condições não severas, são indicadas as graxas de base mineral (grupo API I e II).

Já para condições extremas de temperatura, carga ou pressão, ou ainda quando se busca intervalos prolongados de relubrificação, recomenda-se as graxas de base sintética (como PAO, ésteres, poliglicóis, fluorados).

Além dos óleos básicos, os espessantes também são essenciais na formulação de uma graxa. Cada tipo de espessante oferece características distintas, com vantagens e desvantagens específicas.

Os espessantes mais comuns utilizados na composição de uma graxa são:

  • Graxas de Cálcio (Ca): possuem resistência à água e, dependendo da composição, podem conter água como estabilizante. Normalmente, são indicadas para lubrificação de mancais de bucha em temperaturas normais e cargas médias, também podem ser empregadas para a lubrificação de chassi.
  • Graxas de Sódio (Na): resistentes ao calor, apresentam naturalmente boa propriedade de resistência à ferrugem e são sensíveis à água. São ideais para mancais de bucha, superfícies deslizantes em altas temperaturas e mancais de rolamentos.
  • Graxas de Alumínio (Al): resistentes à água, naturalmente com boa adesividade e bombeamento regular. Comumente usadas para lubrificação de chassi.
  • Graxas de Lítio (Li): graxa multiuso,  resistentes ao calor e à água e boas características de bombeamento. São recomendadas para uma variedade de aplicações, incluindo altas temperaturas.
  • Graxas de sabões complexos: apresentam elevado ponto de gota e boa resistência ao calor, propriedades extrema pressão e resistência à água. Graxas de sabão complexo apresentam maior resistência ao calor quando comparadas às graxas de sabão comum, podendo trabalhar em temperaturas de até + 180°C.
  • Graxas grafitadas: contém lubrificantes sólidos como a grafita e são úteis em condições extremas de temperatura, como na lubrificação de moldes de fabricação de vidros.

Lembre-se de que, para a seleção correta da graxa, é fundamental considerar as recomendações dos fabricantes de equipamentos e a expertise técnica.

4. Outros fatores a considerar

Considere a aplicação e as condições às quais o produto será submetido e que atenda às exigências do fabricante do equipamento. Existem graxas específicas para altas e baixas temperaturas, altas rotações, entre outras características.

A graxas para altas temperaturas são geralmente de base de sabão complexos, betonita, poliureia, etc. Com faixa de uso acima de 140°C, essas graxas podem lubrificar continuamente mancais trabalhando entre 150 e 160°C. Quando são à base de óleo sintético, podem atingir temperaturas acima de 250°C e vida útil superior de 400 a 700 horas.

Para as operações onde requer condições de baixo torque de partida e sob temperaturas extremamente baixas são aplicadas graxas para baixas temperaturas. Quanto menor a temperatura, mais recomendados são os óleos de base sintética, graxas de base PAO, ésteres, polialfaolefinas e silicones permitem trabalhar sob temperaturas de até -70°C.

Para as operações onde requer condições de alta rotação é necessário uma graxa de baixa consistência dinâmica, boa umectação da superfície e também tornar-se  necessário propriedades que permitam operações longas e isentas de manutenção. Atualmente, para operações de altas velocidades usam-se graxas com consistência parecida à das graxas convencionais.

Também é essencial seguir as regulamentações estabelecidas por órgãos reguladores, como a NSF (National Sanitation Foundation) para indústrias alimentícias.

Conhecer bem o seu processo e considerar todas as variáveis é essencial para uma seleção correta. Conte com nossa equipe técnica para escolher a melhor solução em graxas e lubrificantes para o seu processo!

Leia também:

Tipos de graxa e seus usos

Tecnologia CERAN: graxas à base de complexo de sulfonato de cálcio

Como escolher os lubrificantes para indústria alimentícia

 

Francielle Silva

 

Francielle Silva
Technical Assistant - Industry